segunda-feira, 17 de julho de 2017

segunda-feira, 10 de julho de 2017

sábado, 8 de julho de 2017

sábado, 1 de julho de 2017

A PROFISSÃO DE LUZ (crônica) (Tony Antunes)

A PROFISSÃO DE LUZ (crônica)
(Tony Antunes)

Pessoal, na moral!

Estava eu pensar na atual conjuntura política e social deste país, que antes diziam ser o do futuro, onde as pessoas mantinham muita esperança nos políticos e nas Instituições Públicas.

Desses meus pensamentos surgiram vários vácuos, espaços encardidos, tenebrosos buracos escuros, mesmo!

Olhei para dentro de mim e me vi sem nada. Nesse contexto de cidadania, mesmo.

Não tenho nada e, por isto, querem que eu me sinta esse nada de “goela” abaixo!

Relegam-me a um número estatístico na fila da morte, protocolada pelos órgãos, seja de Saúde ou de Segurança.

Os ditos homo sapiens (míseros insetos politiqueiros) forçam-me a ser um nada, um zero à esquerda. Dizem (embora que indiretamente, sem ser às claras) que eu não valho nada!

Há vários anos os assassinos de sonhos, estupradores de honra, ladrões de esperanças impõem-me às misérias da fome, do analfabetismo e da falta de amor.

Os contextos sociais, formados pelas hipocrisias dos pseudos filantropos (quando deviam ser caridosos), afogaram-me num mar do abandono. Como cama, a sorte de um papelão. O lençol em colores de manchetes jornalescas já lidas, foram as cobertas das minhas vergonhas nas noites de frio e de solidão. O travesseiro? Ah, este era de pedra, tijolo ou mesmo uma “rodia” de "mulambos"!

Disseram-me para nunca mais acreditar na dita “justiça”, pois seus representantes são assaltantes de almas, enganadores terríveis, vampiros das Leis que sugam de canudinho os meus Direitos. Cada glóbulo e cada hemácia pertencem aos Papafigos de Capa Preta.

Mas... sou nordestino, sou um forte pernambucano! Não deixei-me ser destruído, moído como cana-de-açúcar que doa seu doce sangue para ficar em bagaço. Não me "embagacei", não permiti que me embaraçassem. Lutei!

Conquistei o cume da montanha! Tornei-me o mais importante dos profissionais, porque posso tocar no mais íntimo dos seres, posso dar pedaços de mim (sem me partir) a todos os meus irmãos. Posso saciar-lhes a sede, dar-lhes esperanças, oferecer-lhes amor fraternal. Fazê-los entender o que é a necessidade e que esta é a mãe do progresso, em todos os níveis e que o Conhecimento mata as fomes.

Conquistei uma Profissão de Luz, que tira das trevas e abre as mentes do futuro desta Nação – orgulhosamente, sou Professor!