domingo, 12 de fevereiro de 2017

PSICOGRAFIA DO FIM (Crônica) Tony Antunes




PSICOGRAFIA DO FIM (Crônica)
Tony Antunes

Nestes dias (in)finitos da minha vida, sinto o peso dos meus cabelos brancos, a angústia mórbida das rugas que mudam a minha feição. Percebo olhares frígidos, relampeados em faces alheias, observando a ferrugem oxigenal que me consome a claridade da pele.

Brinco com a rigidez, quase cadavérica, que me impede de correr ou andar com destreza: - Agora, ando devagar!

Divagando no que sou, encaro o resultado do que já fui.

Olho para as minhas mãos, encaliçadas pelo tempo de muitas histórias de lutas na fome, no frio e na dor de dias solitários.

Calçadas ermas, noites sombrias, tardes áridas e ruas dantescas - eclipse de uma vida?

A grave gravidade pesa, mas não pondera. Impõe, mas não pergunta. É grotesca como um bárbaro sem piedade. É sol escaldante que racha a pele, croca os ossos, trava os nervos e neva os olhos em cegueira catarática.

O fim do corpo é um carrasco a cumprir a sua sina, sempre perpétua em direção ao pó, à renovação(!?), ao cadinho de uma sepultura quente, aconchegante - sagrado portal para a eternidade cósmica da reluz-ente vida, do amor e da paz eterna!?

Palmares, 12/02/2017



segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

VICETRECOS DOS SUBTROÇOS



VICETRECOS DOS SUBTROÇOS
(Título sugerido pelo Professor e Filósofo 
Mário Sérgio Cortella)