quinta-feira, 27 de junho de 2024

A ESTRANHEZA POÉTICA DE TONY ANTUNES (Admmauro Gommes)

A ESTRANHEZA POÉTICA DE TONY ANTUNES

(in Cláusulas Poéticas da Neblina)


Um dos fortes pilares que sustentam a inovação poética é a aparição repentina do espanto. Este elemento surpreende o leitor e até mesmo quem elabora o poema. Firma-se como bate-estaca indispensável na edificação do verso. Poesia que não causa estranheza é choupana fincada na areia e não resiste à ventania de uma crítica literária que seja a mais simplista possível.

Sofisticado é o verso de Tony Antunes. Verdadeira imersão no terreno das letras provocativas. Se considerarmos cada poema como um mundo novo, novíssima é a criação desse poeta que jamais repete uma fibra semântica. Por isso, supera a si mesmo em toda estrofe. É um criador de neologismos rebuscados e invencionices linguísticas. Espantoso. Esta é a palavra que define tal poeta.

Assim, uma neblina intencional encobre a clareza do quase (des)dito, obscuro pensar que atravessa a motivação criadora. Enquanto isso, as rimas internas (ocos-esgotos; abençoado-abismado...) suavizam as vigas de concreto que se formam no alinhamento de vocábulos incomuns:


Arde no peito de ocos cérebros

os esgotos solitários das bobagens

um caos abençoado abismado espero

no espaço trapézico de titânio.


Portanto, eis a advertência: Prepare-se para o confronto declarado no verso de Antunes: “o éter e a ética supuram insanos.”


Boa (e estranha) leitura!


Admmauro Gommes

Professor de Teoria Literária


segunda-feira, 24 de junho de 2024

VARIZES DO ESTUPRO (Tony Antunes)

PESSOAL, NA MORAL!


Ante a loucura dos políticos da Bala e da Bíblia, eis a questão:


Qual dos dois grupos é o pior?


Os da Bancada da Bala, que mata ou manda matar seus adversários, ou os da Bancada da Bíblia, que são a favor do PL do Estupro, que favorece aos que estupram crianças inocente e mulheres indefesas, depois as incriminam com mais rigor que seus estupradores?




AS MÃOS (Tony Antunes)


 AS MÃOS

Tony Antunes


As mãos abertas estendem-se à caridade, tanto quanto à maldade. Buscam saciar a fome ou matar de fome, tirando o prato da comida alheia, a impedir que se consuma a esperança de barriga cheia.


Mãos são símbolos dúbios de vida ou de morte, de carícias ou de espancamentos, de ternura ou de desamor. Elas se arem às bondades e enchem almas de amor fraternal ante as maledicências humanas. Começam ou interrompem uma guerra, matam irmãos ou salvam, estranhamente, a qualquer um. Protegem florestas inteiras, mas podem incendiá-las.


As mãos são milagres que com suas palmas e dedos constroem mundos, descobrem outros e, ao mesmo tempo, os destroem.


Ter as mãos é a possibilidade de acolher, de distribuir sentimentos que se tornarão histórias de memórias afetivas.


Com as mãos unidas em oração agradecemos a graça Divina de podermos ver a Luz do dia, vivermos a Vida e de sentirmos o Amor do Deus dos nossos corações, que me possibilitou, com as mãos em concha, oferecer a vocês leitores e leitoras esta reflexiva crônica da gratidão.


Palmares, 2/4/2024



RESPEITEM-SE OS DIREITOS DO AUTOR:

Lei 9610/19 de fevereiro de 1998