NINGUÉM ESTÁ, OU ENTRA EM NOSSAS VIDAS POR ACASO (Tony Antunes)

NINGUÉM ESTÁ, OU ENTRA EM 

NOSSAS VIDAS POR ACASO

Tony Antunes

As pessoas não entram em nossas vidas por um acaso, mas somente por uma razão, por uma estação ou para uma vida inteira.

Quando alguém entra em nossa vida para uma razão, é geralmente para atender a uma necessidade que muitas vezes se demonstrou. Ela vem para nos ajudar em alguma dificuldade, nos dar apoio, orientação, assistência física, emocional ou espiritual. Ela parece dádiva de Deus e realmente é!

Ela vai estar lá pela simples razão de que nós precisamos que ela esteja lá. Depois, de repente, assim, sem uma razão específica, subitamente ela se afasta de nós e a relação arrefece e nós perdemos contato com essa pessoa.

O que precisamos entender, nesse momento, é que nossas necessidades já foram atendidas, nossos desejos realizados e a tarefa dessa pessoa que nos fazer crescer foi cumprida.

Nossas preces foram atendidas por nosso mérito, com a ajuda desse ser de luz que apareceu em nossas vidas para nos ajudar e também ajudar a outras pessoas como nós.

Esse alguém entrou em nossas vidas por uma temporada, e é esta a hora para nós compartilharmos de suas experiências, aprendermos com as diferenças e crescer ainda mais como seres humanos e melhorarmos a cada dia.

Ela nos traz novas formas de ver a vida; ensina-nos algo que nós não havíamos percebido nem aprendido até então.

Essa pessoa nos ensina a admirar o nascer do sol, esperar e entender que o astro-rei se põe e nasce todos os dias para todos nós. Passamos a apreciar mais as coisas que antes eram bastante insignificantes para nós, porque sentimos que nos mínimos detalhes, a vida continua, que temos um significado para alguém, um sentido na vida de alguém. Mas, como as estações do ano, somos flores, e estamos testemunhando o hoje em nossos caminhos onde, nos quais, em breve, haverá apenas folhas caídas no chão; estremos sozinhos novamente.

Quando alguém entra em nossas vidas para estar ao nosso lado até o último suspiro, para ser, por alguma razão, nosso(a) companheiro(a), percebemos que além de ser dádiva de Deus, sua presença se materializa em forma humana, como os anjos do céu, para nos ajudar a reconstruir uma face, antes molhada de lágrimas e marcada pelas cicatrizes da vida, que agora brilhará o brilho da paz, da alegria, da saúde e da harmonia – o brilho da face verdadeira do amor que transpôs o tempo e o espaço!

PROVARÍNEOS DE FULGORES (Tony Antunes)

O assombro mágico da Literatura de gente grande tomou conta de mim, quando tive o privilégio de conhecer Vital Corrêa Araújo. Esse que chamo de reencontro, haja vista que sou reencarnacionista, me fez, pelo menos na minha ótica e na de uns mais chegados meus (conhecedores dos paranauês da arte de poetar livremente), dar um salto quântico em relação às minhas composições poéticas. Tanto que abdiquei, rasguei e queimei, mesmo, os mais de oitocentos poemas escritos por mim, há alguns anos. 

Endoideci! Todavia, um endoidamento maluco, alárico, anasognóstico, flebulárico, clepcídrico e extremamente sismizificado de estranhamento à luz da leiguitude! 

Poesia Absoluta tomou conta da minha mente. Resultado - não consigo mais escrever poemas mesmissimamente mesmíssimos, dizentes, esgotáveis (de esgoto e de finitude, mesmo).

"Gracias a la vida que me ha dado tanto,

sobre todo, la Poesía Absoluta Vitalina!"

ÁRIDO LÉRO-ME (Tony Antunes)

A aridez goticulada, das vidas léricas, em bálsamos suspirados de pesadas plumas de azul (mesmo com cinzerices das cismas ao ruir dos trovões) são suspeitas opacas de porosidades vãs!

NETUNGAS DE LAMAÇAL - às vitimas de Brumadinho (Tony Antunes)

O trágico desastre na cidade de Brumadinho, somente nos mostra que o fato de FHC ter vendido, a preço de banana, uma das maiores empresas de minério do mundo, não livrou o país de perder dinheiro e vidas. 

Ao contrário disso tudo, a nação perdeu bilhões e muitas vidas, ceifadas por conta da irresponsabilidade, corrupção e descaso para com nossos irmãos daquela cidade.

SAUDADE CRÔNICA (Para a minha mamãe, Lourdes) Tony Antunes

Maria de Lourdes da Siva (Minha mãe)

Neste começo de ano, em que as lembranças me apertam o peito, esmagam minha alegria e abafam meu choro, sinto uma imensa saudade. Saudade da minha mãe!

Justamente nesta época, há alguns anos, minha vida deu uma guinada que deixou-me de ponta-cabeça. Fiquei só. Fiquei sem mãe. Aprendi na dura sorte que quem tem uma mãe dedicada tem tudo. Eu fiquei sem nada desde o dia em que ela partiu.

Num dia de 1º de janeiro, às 7 horas da manhã, ela bateu suas asas de anjo para o além e se foi. Tenho certeza que contra a sua própria vontade, mas sua missão havia acabado naquele fatídico dia da minha pré-adolescência.

Por inexperiência, eu não tinha a menor noção do porquê que aquilo estava a acontecer na minha vida. Só sentia no peito uma angústia, um nó na garganta que não me deixava chorar.

Mas, no dia do seu enterro, as portas lacrimais do meu coração transbordaram de dor, melancolia e lágrimas. Ao vê-la no caixão, quase sorrindo, mesmo estando morta, não aguentei. Caíram-me as fichas. Vi, naquele momento, uma realidade dantesca, que até os dias de hoje ficou gravada na minha memória: - A minha mãe estava morta!

As mães morrem, sobretudo as boas mães. Aproveitem-nas enquanto as tem. Ame-as enquanto elas ainda existem, pois elas são portais pelos quais entramos nesta vida, são anjos a nos auxiliarem nos aprendizados da nossa missão, depois partem, assim, de sopetão. São arrebatadas de volta para os braços de Deus.

CRASSO POEMA CRASSO (Tony Antunes)

Em nossas lembranças pousam relatórios semióticos de momentos introspectivamente abstratos onde crassos poemas crassos se configuram em Poesia Absoluta!