quarta-feira, 6 de novembro de 2024

FANHICE DA FALSIDADE (Tony Antunes)

PESSOAL, NA MORAL!


A poética da Poesia Absoluta tem nos insuflado o germe da excitação imaginária e da criatividade rumo a um mergulho interior.


Cada situação cotidiana é um mote para a criação literária, para as invencionices neologísticas de novas palavras. Isso é o poder da poesia associada às tendências do chamamos de Período Contemporâneo.


Nessa linha Pensamento Contemporâneo, trago para a reflexão dos leitores deste Blog, o poema FANHICE DA FALSIDADE.


Leia-o, comente-o e compartilhe da melhor forma possível em sua Redes Sociais.




sábado, 21 de setembro de 2024

À CAMINHO DA ESCOLA (Tony Antunes)

 


À CAMINHO DA ESCOLA

Tony Antunes


Acordo meio aturdido pelo espanto gritante do celular. São seis horas da manhã. Num salto, roboticamente, sigo direto para o banheiro. O calção me cai pelas pernas como se já sabendo da minha rotina. Um bom e delicioso banho de chuveiro bem gelado, gelado para o despertar deste corpo ainda meio que sonolento. Ele dá pulos ante o gelado da água a escorregar pelas dobras sexes de cada dobrinha saliente em mim, que se molda pelas circunstâncias da falta de exercícios físicos.

O café da manhã abandonara-me há tempos, aliás, já não há mais tempo para isso. No máximo uma xícara de chá, e olhe lá! A falta desse tempo se dá pela minha lentidão. Sou lento mesmo no dia a dia vespertino da minha vida. Mas ainda assim assim não desisto. Sigo esbagaçado e não entrego os pontos.

Dirijo-me ao pátio da Sulanca para pegar o arrego do transporte escolar. Vejo degoladas almas zumbíticas que se dirigem bestialmente, zonzatontas aos assentos tantos empoeirados dos ônibus sucateados. O barulho ensurdecedor do motor soma-se aos gritos de alguns despertos, mas não espertos, ditos alunos. A cara de alguns com os olhos ainda remelados pelas noites mal dormidas, pouco aproveitadas, por terem se entregado às bestialidades imbecilizantes dos Tik-toks, Kwais, Instagrans e certos grupos de Whatsapps. O desperdício de tempo a embriagar-se de besteiróis é o termo vigente de uma vazia juventude que se emburrece a cada navegação nas ondas da Net.

O ônibus se põe em movimento. As conversas recheadas de pornofonias são as marcas dos vocabulários afins, a fim de libertinagens adolescentes regadas pelos arreganhamentos de bundas e pernas ao som das ditas “artistas contemporâneas” - Anita, Pablo Vittar e Ludimila. A baixaria rola solta. As desconexões de concordâncias nominais e verbais nos saltam aos ouvidos num trágico prenúncio de um futuro conversacional pobre, perdido e repugnante.

Chegamos à escola. Pela porta do ônibus, escorrem um a um os ditos alunos a cotovelarem-se numa cena digna em que as porteiras de um curral se abrem para receberem uma manada. À porta da escola, uma professora com os sorrisos de orelha a orelha, cheio de motivação a gritar palavras de carinho, amor e acolhimento:

Boooommmm diaaaaa, povo lindo do senhorrrrr! Sejam bem-vindos a nossa escolaaaaa!

E eu… bom...! De minha parte enfrentarei mais um dia na tentativa de dar aos jovens ditos cujos o que de mais valioso se pode oferecer nos dias de hoje: consciência, conhecimento útil e dignidade humana. Afinal, sou um professor, né? Não desisto nunca!


Palmares, 7 de fevereiro de 2024


Respeitem-se os direitos autorais - Lei N° 9610, 19 de fevereiro de 1998

terça-feira, 16 de julho de 2024

NOMASTUMADO DAS VÍSCERAS Tony Antunes

 PESSOAL NA MORAL!


A poesia que me consome diante do estalo do plus mental, que dança em mim, se manifesta no significado da minha poética absoluta!
Viva Vital Corrêa de Araújo!



segunda-feira, 15 de julho de 2024

CRÍTICA-CRÔNICA DO POEMA HIPERMETAFÓRICO DE VCA: AMANHECER DE PEDRA (Por Tony Antunes)

 


CRÍTICA-CRÔNICA DO POEMA HIPERMETAFÓRICO DE VCA: 

AMANHECER DE PEDRA

Por Tony Antunes


Pessoal, na moral! Nesta madrugada, de súbito, levantei-me energizado por um poema. Não desses poeminhas quaisquer, mas um poema literalmente, na sua plenitude – magnífico, poeticamente – ex-tra-or-di-ná-rio!

Levei uma pedrada poética no quengo, um soco no cérebro, um grito na alma. Não me contive. E às 4h41min da madruga dei um grito:

- Vixe Maria, Jesus do céu!

Acordei mulher, filhos e cachorros. Todos assustados e com os olhos esbugalhados.

- Que é isso papai?! Disse espantado o filho.

- Tais doido homem?! Retrucou a mulher.

Minha parentalha toda nervosa, mais as latomias dos caninos, imaginem o alvoroço!

Fui rechaçado com adjetivos nada bons, tudo porque um poema brumou em minha alma!

Estava emocionado com o Amanhecer de Pedra, de VCA. Um poeta de alma árida, mas que irrigou em mim, com suas águas absolutas, o solo da poesia até então desértico no meu coração.

Estou emocionalmente descontrolado, tremendo as letras, gaguejando as pontuações na minha lauda. Estou feliz!


Quando este poema começou

a noite já estava morta

a manhã já apodrecia

o sol pendurava-se no horizonte...


O poeta VCA se superou pela milésima vez. Encantou-me. A hipermetaforização destes versos primavera qualquer alma autenticamente atenta às facetas da Poesia Absoluta:


Quando silencioso me ensimesmou

e uma rosa de pedra me olhou

da janela da alvorada os muros

abaulados pelos ventos me ouviram...”


A semiótica majestosa límpida e bela incadenciada, desmetrificada quebra o decoro quadrático do pragmatismo e libera a imaginação da memória.


O trânsito verbal garfou a sílaba

o vazio nasceu redondo

ainda dormiam os portos náufragos

as camisas do vento desertaram

a hasta privada circulou

e me alberguei em adros sacrílegos

desencadeando a poesia

a esperar a chaga do dia

entre a beca do cônsul azul

e a gravata cinza do cadáver.


Introspectivo, mergulha na própria memória, busca denunciar os dias já desertados da sua existência. Como último sacrilégio desencadeia (tira da cadeia, liberta) a poesia como num derradeiro ato de libertação rumo ao incerto e inimaginável sentido da Poesia Absoluta.

Nunca li um poema tão grande!

A poética do louco-são, Vital Correia de Araújo é vivificante porto inseguro. Exemplo vivo e singular da poesia Neopós-contemporânea do caos, produzida por um Maluco Beleza que Raul não conheceu.


REFERÊNCIA

https://www.poesiabsoluta.com.br/index.php/artigos/74-destaques/4040-amanhecer-de-pedra



quinta-feira, 27 de junho de 2024

A ESTRANHEZA POÉTICA DE TONY ANTUNES (Admmauro Gommes)

A ESTRANHEZA POÉTICA DE TONY ANTUNES

(in Cláusulas Poéticas da Neblina)


Um dos fortes pilares que sustentam a inovação poética é a aparição repentina do espanto. Este elemento surpreende o leitor e até mesmo quem elabora o poema. Firma-se como bate-estaca indispensável na edificação do verso. Poesia que não causa estranheza é choupana fincada na areia e não resiste à ventania de uma crítica literária que seja a mais simplista possível.

Sofisticado é o verso de Tony Antunes. Verdadeira imersão no terreno das letras provocativas. Se considerarmos cada poema como um mundo novo, novíssima é a criação desse poeta que jamais repete uma fibra semântica. Por isso, supera a si mesmo em toda estrofe. É um criador de neologismos rebuscados e invencionices linguísticas. Espantoso. Esta é a palavra que define tal poeta.

Assim, uma neblina intencional encobre a clareza do quase (des)dito, obscuro pensar que atravessa a motivação criadora. Enquanto isso, as rimas internas (ocos-esgotos; abençoado-abismado...) suavizam as vigas de concreto que se formam no alinhamento de vocábulos incomuns:


Arde no peito de ocos cérebros

os esgotos solitários das bobagens

um caos abençoado abismado espero

no espaço trapézico de titânio.


Portanto, eis a advertência: Prepare-se para o confronto declarado no verso de Antunes: “o éter e a ética supuram insanos.”


Boa (e estranha) leitura!


Admmauro Gommes

Professor de Teoria Literária


segunda-feira, 24 de junho de 2024

VARIZES DO ESTUPRO (Tony Antunes)

PESSOAL, NA MORAL!


Ante a loucura dos políticos da Bala e da Bíblia, eis a questão:


Qual dos dois grupos é o pior?


Os da Bancada da Bala, que mata ou manda matar seus adversários, ou os da Bancada da Bíblia, que são a favor do PL do Estupro, que favorece aos que estupram crianças inocente e mulheres indefesas, depois as incriminam com mais rigor que seus estupradores?




AS MÃOS (Tony Antunes)


 AS MÃOS

Tony Antunes


As mãos abertas estendem-se à caridade, tanto quanto à maldade. Buscam saciar a fome ou matar de fome, tirando o prato da comida alheia, a impedir que se consuma a esperança de barriga cheia.


Mãos são símbolos dúbios de vida ou de morte, de carícias ou de espancamentos, de ternura ou de desamor. Elas se arem às bondades e enchem almas de amor fraternal ante as maledicências humanas. Começam ou interrompem uma guerra, matam irmãos ou salvam, estranhamente, a qualquer um. Protegem florestas inteiras, mas podem incendiá-las.


As mãos são milagres que com suas palmas e dedos constroem mundos, descobrem outros e, ao mesmo tempo, os destroem.


Ter as mãos é a possibilidade de acolher, de distribuir sentimentos que se tornarão histórias de memórias afetivas.


Com as mãos unidas em oração agradecemos a graça Divina de podermos ver a Luz do dia, vivermos a Vida e de sentirmos o Amor do Deus dos nossos corações, que me possibilitou, com as mãos em concha, oferecer a vocês leitores e leitoras esta reflexiva crônica da gratidão.


Palmares, 2/4/2024



RESPEITEM-SE OS DIREITOS DO AUTOR:

Lei 9610/19 de fevereiro de 1998


terça-feira, 21 de maio de 2024

O FAROL E O FAROLEIRO (Tony Antunes)

 


O FAROL E O FAROLEIRO
Tony Antunes


No lóbulo das pedras, a brisa confessa sua solidão. O vento empurra a jangada humilde a deslizar sobre as águas de um mar solteiro. No vazio existencial de si mesmo, fatidicamente, o farol inquieta-se. Nele, as sombras das noites desassombram-se e se desfazem para o surgimento da próclise em esperanças onde as dúvidas são sanadas:


Encontraremos, enfim, o nosso porto seguro?


Essa conjectura fere e fura o âmago das insistentes incertezas que persistem em nos atormentar.

O farol é o guia a nos levar sobre as águas tortuosas das dúvidas. Dúvidas de se, de fato, haverá o encontro encantado dos abraços, dos beijos e a visão doce das lágrimas em sal a escorrerem na face da felicidade.

O faroleiro é a alma que anima o corpo desse vigilante inabalável, que não treme ante as pancadas das tempestades que, com suas mágoas a minguarem as migalhas da vida, pranteiam a arrebentarem ondas nos arrecifes da realidade atroz e má-drástica!

Com uma fantástica visão farolítica, ora calma, ora intensamente caótica, cumprem sua flúvica missão de guiar, mesmo na gosma de um tempo dantesco que sacode almas, quebra seguranças e afoitezas.

Eles humildam os arrogantes, a dizer-lhes que o silêncio é mais eloquente que os discursos das marés altas, ou mesmo na baixa dos mares.

A solidão do farol e do faroleiro é divina, pois nos mostra uma útil estratégia da salvação dos barcos à deriva da vida.


Palmares, 28 de janeiro de 2024


Respeitem-se os direitos autorais - Lei N° 9610, 19 de fevereiro de 1998